Economia comportamental: por que a gente insiste em correr riscos mesmo sabendo o perigo

Economia comportamental: por que a gente insiste em correr riscos mesmo sabendo o perigo

E aí, minha gente! Cipinha aqui pra falar de um assunto que sempre me deixa intrigado: por que será que a gente insiste em correr riscos, mesmo sabendo que pode dar ruim?

Sabe aquele colega que pula a proteção da máquina porque “é rapidinho”? Ou aquele que não coloca o EPI porque “é só uma tarefa pequena”? Pois é, isso não é preguiça ou burrice, é comportamento humano. E a economia comportamental explica muito disso.

O que é essa tal de economia comportamental?

De forma simples, a economia comportamental na segurança estuda como a gente toma decisões no dia a dia. E adivinha?

A maioria das nossas escolhas não é racional. A gente é influenciado por atalhos mentais, emoções e até pelo ambiente.

Segundo o livro Rápido e Devagar de Daniel Kahneman, psicólogo ganhador do Nobel, nós temos dois sistemas de pensamento:

  • Sistema 1: rápido, intuitivo e impulsivo
  • Sistema 2: lento, racional e analítico

E adivinha qual dos dois a gente mais usa quando decide se vai ou não usar um EPI? Pois é, o Sistema 1 — aquele que vai na pressa e na emoção.

Exemplos clássicos no trabalho

Olha só como a economia comportamental aparece na segurança:

  • Viés do otimismo: “Comigo nunca vai acontecer.”
  • Efeito da recompensa imediata: “Se eu cortar caminho, termino mais rápido.”
  • Aversão à perda: “Se eu parar pra colocar o cinto, vou perder tempo.”
  • Normalização do risco: já fez errado tantas vezes sem acidente, que passa a achar que nunca vai acontecer.

Um estudo publicado na Revista Brasileira de Saúde Ocupacional mostra que trabalhadores expostos a riscos repetidos tendem a minimizar o perigo ao longo do tempo, criando uma falsa sensação de segurança.

Mas Cipinha, isso quer dizer que a gente é refém do cérebro?

Não! O que isso significa é que a gente precisa usar o comportamento humano a nosso favor.

Se sabemos que o cérebro prefere atalhos, vamos criar atalhos que levem à segurança!

É aqui que entram os famosos nudges (ou “empurrõezinhos”). Pequenas mudanças no ambiente que ajudam as pessoas a tomarem decisões melhores sem nem perceber.

Como aplicar isso na segurança do trabalho?

Exemplos práticos de nudges na SST:

  • Colocar adesivos chamativos no uso do cinto de segurança.
  • Posicionar o EPI de forma mais acessível do que a ferramenta errada.
  • Usar sinalizações visuais criativas (quem disse que placa precisa ser sem graça?).
  • Dar feedback imediato quando alguém faz certo, reforçando o comportamento positivo.

Segundo pesquisa da Harvard Business Review, empresas que aplicaram nudges em seus programas de segurança tiveram aumento de 20% no uso correto de EPIs.

Dica do Cipinha

Não adianta brigar, gritar ou só repetir regra.

Quer mudar comportamento? Crie ambientes inteligentes, que facilitem a escolha certa. A economia comportamental mostra que, no fundo, a gente precisa é de pequenos empurrões na direção correta.

Bora repensar esse comportamento?

Agora que você já entendeu por que a gente insiste em correr riscos, que tal observar o seu próprio dia a dia?

Quantas vezes você corta caminho sem perceber?

E como dá pra criar atalhos que levem você e sua equipe pra escolhas mais seguras?

Explora mais conteúdos aqui no Blog do Cipinha e vem comigo nessa missão de transformar a segurança em algo prático, humano e até divertido!

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