E aí, minha gente! Cipinha na área, trazendo um papo que muita gente evita, mas que eu não tenho medo de encarar.
Quando você pensa em risco no trabalho, aposto que vem à cabeça máquina sem proteção, piso molhado, falta de EPI… certo?
Mas e quando o perigo não aparece na sua frente? E se ele estiver aqui dentro da sua cabeça?
Pois é, eu tô falando dos riscos psicossociais. Eles são invisíveis, mas podem ser tão ou até mais perigosos do que aqueles que a gente enxerga.
O que são riscos psicossociais?
Riscos psicossociais são situações de trabalho que mexem diretamente com a nossa mente, nossas emoções e comportamento.
Eles podem surgir de fatores como:
- Pressão excessiva por metas
- Jornadas longas e desgastantes
- Falta de reconhecimento
- Clima organizacional tóxico
- Isolamento e solidão no trabalho (alô, home office sem apoio!)
- Assédio moral ou sexual
Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), os riscos psicossociais estão entre as principais causas de afastamento no mundo. Só em 2024, os transtornos mentais e comportamentais já representavam uma das maiores razões de licenças médicas no Brasil, segundo dados do Ministério da Previdência.
O impacto é real e pesado
Não dá pra fingir que é exagero.
De acordo com a Fundacentro, estresse ocupacional, burnout e depressão estão crescendo de forma alarmante e custam bilhões às empresas em afastamentos, indenizações e queda de produtividade.
E sabe o que é pior? Muitas vezes esses problemas passam despercebidos porque não deixam marca visível como um corte ou uma queimadura. Mas eles corroem por dentro, em silêncio.
Por que a gente ignora esse risco?
A cultura do “aguenta firme” ainda é forte. Quantas vezes você já ouviu ou até falou frases como:
- “É só uma fase”
- “Todo trabalho é estressante”
- “Se não der conta, pede pra sair”
Esse tipo de pensamento só joga a sujeira pra debaixo do tapete. E enquanto isso, as pessoas adoecem, as equipes desmotivam e os acidentes aumentam.
A OIT alerta que empresas que não enfrentam os riscos psicossociais acabam tendo mais incidentes de segurança física, porque um trabalhador exausto ou ansioso erra mais, se distrai mais e se protege menos.
Como as empresas podem agir de verdade?
Não adianta só pendurar cartaz ou mandar e-mail motivacional. O cuidado precisa ser prático:
- Escuta ativa: criar canais onde o trabalhador pode falar sem medo.
- Capacitação de líderes: gestor que grita e pressiona só piora o cenário.
- Política de pausas: intervalos de verdade, não aquele “almoço correndo”.
- Apoio psicológico: convênios, atendimentos online ou grupos de acolhimento.
- Ambiente saudável: campanhas de respeito, integração e empatia.
Segundo estudo do Instituto SGG, empresas que implementaram programas de saúde emocional tiveram queda de até 25% nos afastamentos por doenças ocupacionais.
E o que o trabalhador pode fazer?
Se você tá lendo isso e já sentiu que algo não vai bem, presta atenção nos sinais:
- Cansaço mesmo depois do descanso
- Falta de motivação
- Ansiedade frequente
- Dificuldade de concentração
- Isolamento dos colegas
Se esses sintomas persistirem, não ignora! Procura ajuda, conversa com alguém de confiança e, se possível, busque apoio profissional. Pedir ajuda não é fraqueza, é coragem.
Dica do Cipinha
Nunca esqueça: cuidar da mente também é cuidar da segurança.
De que adianta voltar pra casa sem um arranhão, mas com a cabeça pesada, cheia de ansiedade e tristeza? Segurança completa é física, emocional e social.
Bora quebrar esse tabu?
Agora que você entendeu a força dos riscos psicossociais, que tal levar esse papo pra sua equipe?
E não para por aqui não! Continua navegando pelo Blog do Cipinha e descobre outros jeitos de transformar o ambiente de trabalho em um lugar mais seguro e humano.