Saber como agir em situações de emergência pode salvar vidas, especialmente quando falamos de primeiros socorros. Estas medidas bem aplicadas podem fazer toda a diferença antes da chegada de uma equipe médica, aumentando as chances de sobrevivência e minimizando complicações. Dada a natureza imprevisível dessas situações, é crucial que empregadores e funcionários estejam preparados para agir rapidamente.
Por este motivo, decidimos elaborar este artigo visando orientar aos colaboradores quanto a esta situação emergencial.
Emergências cardiovasculares mais comuns no trabalho
Entre as emergências cardiovasculares que podem ocorrer no ambiente laboral, destacam-se o infarto agudo do miocárdio, a parada cardiorrespiratória e o acidente vascular cerebral (AVC).
Esses eventos podem ser desencadeados por fatores como estresse, sedentarismo, má alimentação e condições pré-existentes de saúde. Desse modo, reconhecer os sintomas iniciais dessas emergências é essencial para prestar ajuda adequada.
Os sinais mais comuns de um infarto incluem dor ou pressão no peito, que pode irradiar para braços, pescoço ou mandíbula, além de sudorese, falta de ar, náuseas e tontura. Já a parada cardiorrespiratória pode ser identificada pela ausência de respiração ou pulso. O AVC, por sua vez, geralmente se manifesta por fraqueza em um lado do corpo, dificuldade para falar ou entender, desvio da boca e perda repentina de equilíbrio.
Primeiros passos: avaliação da situação
Ao perceber que alguém está passando mal, a primeira medida é manter a calma e avaliar a segurança do local. Certifique-se de que a vítima e as demais pessoas ao redor não estão expostas a riscos adicionais. Em seguida, procure identificar os sinais mencionados anteriormente e peça ajuda imediatamente, ligando para o serviço de emergência (192 no Brasil).
Ao acionar o socorro, informe claramente o endereço, a condição da vítima e os sintomas observados. Caso haja desfibrilador externo automático (DEA) no local, peça que alguém o traga enquanto você continua prestando assistência.
Medidas de primeiros socorros para infarto
Se a pessoa estiver consciente e suspeitar-se de infarto, ajude-a a se sentar ou deitar em uma posição confortável, afrouxe roupas apertadas e procure mantê-la calma. Pergunte se ela tem histórico de problemas cardíacos e, se indicado por um médico previamente, ofereça medicação como ácido acetilsalicílico (aspirina), que pode ajudar a reduzir os danos.
Evite oferecer alimentos ou líquidos e permaneça ao lado da vítima até que o socorro chegue, monitorando sinais como respiração e nível de consciência.
Como agir em casos de parada cardiorrespiratória
Uma parada cardiorrespiratória requer ação imediata. Verifique se a pessoa está inconsciente e sem respiração. Caso confirme a ausência de pulso, inicie a RCP (ressuscitação cardiopulmonar) imediatamente:
- Posicione as mãos no centro do tórax da vítima, uma sobre a outra.
- Com os braços esticados, aplique compressões firmes e rápidas, na frequência de 100 a 120 compressões por minuto, permitindo que o tórax volte à posição normal entre as compressões.
- Se estiver treinado, alterne as compressões com respirações de resgate (30 compressões para 2 respirações).
Se houver um DEA disponível, ligue o aparelho e siga as instruções de uso, mas continue a RCP enquanto o desfibrilador é preparado.
Procedimentos para suspeita de AVC
No caso de um possível AVC, o tempo é crucial. Utilize o método SAMU (Sorriso, Abraço, Música e Urgência) para identificar os sinais. Peça que a pessoa sorria (observe se há desvio facial), levante os braços (note se há dificuldade em manter os dois elevados) e repita uma frase simples (verifique se há alterações na fala). Se qualquer um desses sinais estiver presente, acione o socorro imediatamente.
Enquanto aguarda a chegada do atendimento médico, mantenha a pessoa confortável, deitada de lado caso esteja vomitando, para evitar aspiração. Não ofereça alimentos ou bebidas e procure acalmá-la.
Preparação e sinalização no ambiente de trabalho
Além das orientações práticas, é importante que o ambiente de trabalho tenha uma política clara sobre como agir em emergências. Estabelecer um plano de ação detalhado, como identificar responsáveis pelo primeiro atendimento e garantir que todos saibam como acionar os serviços de emergência, pode fazer toda a diferença.
A sinalização também é essencial. Desfibriladores externos automáticos (DEA) e kits de primeiros socorros devem estar claramente indicados em locais estratégicos. Funcionários precisam ser orientados a identificar esses itens e saber utilizá-los em caso de necessidade.
Prevenção e promoção de saúde
Investir em saúde emocional é uma medida preventiva que traz benefícios diretos para a redução do risco cardiovascular. Altos níveis de estresse podem contribuir significativamente para a ocorrência de eventos cardíacos. Promover práticas como mindfulness, sessões de relaxamento ou mesmo disponibilizar programas de assistência psicológica pode contribuir para a saúde integral dos colaboradores.
A prevenção é o melhor caminho para reduzir os riscos de emergências cardiovasculares. Incentivar hábitos saudáveis, como alimentação balanceada, prática regular de atividades físicas e pausas durante o expediente, pode contribuir para a saúde dos colaboradores. Promover campanhas de conscientização e realizar check-ups periódicos também são estratégias eficazes.
Conclusão
A preparação para lidar com emergências cardiovasculares não deve ser negligenciada. Atuar de forma rápida e eficiente pode salvar vidas e minimizar os impactos dessas situações. Invista em treinamento e prevenção, criando um ambiente de trabalho mais seguro para todos.
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